Podemos até fingir que nos confundimos,
Supor que nos enfastiámos.
Murmurar estranhas contradições...
Descer mudos da montanha enquanto baixas teus olhos.
Posso até esgueirar-me para longe,
Fazer-te esquecer tudo quanto precisávamos de saber.
Posso até procurar outras casas onde me perder,
Embrenhando-me em corredores que ninguém conhece.
Posso ousar tecer silêncios,
Respirar só com a água da chuva...
Ferir a solidez das pedras, ousando unir o mar.
Caminhar por dentro, respirando para além de nós.
E até teimar perder-te...
Rastejar pelo ruído dos dias
Negando que são duas as vezes que é preciso amar.
Permitir que o coração de novo se encha de formigas...
Posso desmentir esta passagem...
Bastando-me saber que inebrias com uma qualquer aragem um qualquer destino,
Mas perduram-me pressentimentos, a certeza de ti
E tudo o que é estranho quando sinto a tua falta.
Dos tempos em que fui pássaro
São as asas que ainda guardo...
.nlb
20.VIII.2007
20 de Agosto de 2007
Tuesday, August 21, 2007
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1 comment:
David Mourão ficaria orgulhoso deste teu poema
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