Wednesday, December 14, 2005

amores

"quando nos amamos estamos a dormir ou não... damo-nos as mãos ou não".
(quadro sonhos/ rumores by álvaro lapa - galeria fernando santos, rua s.paulo- lisboa)

vício

etimologia para vício: é quando se quer demais que se quer menos.

Friday, November 11, 2005

convulsões

tens segurado a lamparina que alumia o meu caminho com um trejeito malévolo... quão tortuoso é o percurso quando insistes em irritar-me constantemente sonegando-me a luz!

conheces e exploras as minhas fraquezas ou apenas se tratam de inocentes e fortuitas coincidências?

começo a duvidar se és para mim salvação ou perdição. estou convicto de que o fazes propositadamente para me pôr à prova... ou então é um oculto e vil sadismo bárbaro... no limiar da sedução.

ah, se ao menos tivesse a minha própria lamparina! acariciaria com dedos convulsos teus sonhos frementes... tuas honras tenazes... correndo contigo até ao abismo que se nos abre.

Tuesday, November 08, 2005

i am the rain


I am the rain
Falling down to cover you
Wish me away
But I'm here for your own good
I am the storm
Sent to wake you from your dream
Show me your scorn
But you'll thank me in the end

assemblage23

vi-te o rosto e agora sei...

Vi-te o rosto e agora sei...
Vi o que mais ninguém pôde enxergar,
A ténue fortaleza que teima em permanecer à beira do precipício...
A paz de espírito que engana a serenidade, feita de um pranto de nunca mais acabar...

Se ao menos o coração fosse tão sentido quanto os olhos...
Se ao menos o mar das coisas felizes te banhasse sempre,
Poderias esquecer por um momento o choro longínquo da criança
Num rastro de silêncio e de calma onde estala a finura do ar.

As coisas desaparecem todas e nada segura as estrelas
Ressentes-te disso, e das sombras da manhã vividas intensamente a cada novo dia
Enquanto te vais deixando lentamente adormecer, relembrando nostalgicamentecanções de laranjas, com meninos de mãos dadas a colher vento.

Anime-te a ideia de que também os anjos choram
e o tempo que é cego se sente perdido,
que tudo em ti é fantasia suada
e enlevo apetecido.

Por momentos vi teu rosto na penumbra
teus olhos mil, de meigo quebranto
teu coração grande, embora ferido,
e aquilo que escondes ser teu amargo travo...

Teus frágeis segredos são de veludo,
Quimeras recalcadas em busca de escape,
Febris cores que as lágrimas tentaram desbotar
E vulcões que encenam a erupção.

Em fugazes visões que se seguem a Berio,
Sussuram-te ao longe um leve conforto:

Anime-te a ideia de que também os anjos choram
e o tempo que é cego se sente perdido,
que tudo em ti é fantasia suada
e enlevo apetecido.

Vi-te o rosto e agora sei.

NB

abrigo

preciso desesperadamente de um abrigo... há muito tempo que não era acometido desta fraqueza. talvez a espuma dos dias que hoje tão intensamente se faz sentir em mim seja a origem desta vã inquietação... não há como lutar com moinhos de vento!

Sunday, May 29, 2005

a memória de uma lembrança mal contida

Esta é a memória de uma lembrança mal contida,
O anúncio de uma ténue liberdade sofismável.
Este é o estalar de uma inércia feita de estio,
O vislumbre de um cálido despertar.

Estes são os ardentes entardeceres de imenso
Silhuetas de ar quente que se espraiam na claridade
Vistas que se perdem em clamorosas madrugadas
E vãs manchas de espuma revestindo húmidos pedaços de areia.

Este é o relinchar de corpos envidraçados
Em ásperos actos de amor perfeito
Desenhados à penumbra.

Este é o baloiçar de luzidias margens por rochedos talhadas,
De mãos iluminadas num fugaz e vítreo instante,
De bocejos extremosos que precedem as folhas secas...

Monday, April 11, 2005

resposta

“Não imaginas como é importante para mim ler/ouvir estas tuas palavras, mas de uma coisa podes ter a certeza nunca me senti distante de ti. Aliás sinto uma empatia e uma proximidade muito especial. És também alguém realmente importante para mim e eu sim agradeço este acto e todos os actos teus que tenho a grande felicidade de experimentar. :)”
SG

à guisa de remissão

Perdoa-me a distância, perdoa-me a aparente frieza. Acho que por vezes perco demasiado tempo com pessoas que não me são muito esquecendo-me, aparentemente, de regar a plantinha de fortes raízes que tenho com as pessoas realmente importantes. Acho que tem a ver com uma incapacidade inata de demonstrar afecto às pessoas de quem gosto acima de tudo. Perdoa-me tudo isto que chega a envergonhar-me. És alguém realmente importante para mim. Obrigado por tudo o que és e por tudo o que tens sido! ;)

Thursday, March 31, 2005

fim de linha

Quão fustigante é estar no beco que não tem saída. Quão preocupante é não haver forma de agir sobre as nossas preocupações, de as manter controladas. Quão difícil é estar encurralado.

Wednesday, February 23, 2005

mimetismos

Há dias em que as condições climatéricas parecem mimetizar adequadamente aquilo que nos vai na alma, constituindo como que um cenário, um pano de fundo, para os nossos sentimentos. Hoje é um desses dias, sem dúvida: céu nublado, indeciso, frio. As águas do Tejo cinzentas, tal qual a minha disposição. O tempo parece estar parado para reflectir e essa é também a minha necessidade. Tanta coincidência!
Mas quem mimetiza quem?...

Tuesday, February 15, 2005

encantamento

Há já muito tempo que não ouvia algo que me deixasse tão rendido, absolutamente encantado:
Luar na Lubre- "Plenilunio".
Música celta galega, majestosa, retemperadora.



http://www.luarnalubre.com/partituras/

letargia

Não há como ficar mais desolado que com uma discussão de dia de S. Valentim indiciadora de que o fim está próximo. A ideia de fim encerra em si uma paradoxal mescla de sentimentos de culpa, tristeza e dor mas também a antecipação de uma sensação de alívio e de liberdade reconquistada. Aguardam-se desenvolvimentos...

Friday, January 21, 2005

melomanias #001



Há projectos musicais que nos transcendem... que têm a faculdade de nos fazer arrepiar e emocionar a cada novo trecho, a cada novo trabalho. Os Von Magnet são, há já muitos anos, um desses projectos. O novo álbum é um must para quem se interessa por música... e quem se quer emocionar.

fds

Mais um fim de semana... O ténue retemperar de forças tão propalado tem, por uma vez mais, o seu início...
Pena que o sonho se esvaia na consciência da realidade ao Domingo à tarde.

debut

Um blog... a ilusão do privado que se torna público e do público que se torna privado. O achar-se que todos nos ouvem sentindo-nos protegidos. O brincar ao oppinion-maker democratizado.

Este é o início de um projecto... para quando o seu fim?

Mantenham-se atentos... e verão até onde pode ir a tempestade e arrebatamento!