Sunday, May 29, 2005

a memória de uma lembrança mal contida

Esta é a memória de uma lembrança mal contida,
O anúncio de uma ténue liberdade sofismável.
Este é o estalar de uma inércia feita de estio,
O vislumbre de um cálido despertar.

Estes são os ardentes entardeceres de imenso
Silhuetas de ar quente que se espraiam na claridade
Vistas que se perdem em clamorosas madrugadas
E vãs manchas de espuma revestindo húmidos pedaços de areia.

Este é o relinchar de corpos envidraçados
Em ásperos actos de amor perfeito
Desenhados à penumbra.

Este é o baloiçar de luzidias margens por rochedos talhadas,
De mãos iluminadas num fugaz e vítreo instante,
De bocejos extremosos que precedem as folhas secas...